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Como é sua família? Você mora com seus pais ou com seus avós? Talvez com seus irmãos ou tios? Ou você tem a configuração tradicional de família da propaganda de margarina? Há famílias que possuem dois pais ou duas mães também. O que importa é que a definição de família, atualmente, não restringe apenas a pai, mãe e filhos. Segundo o dicionário Michaelis, a primeira definição de família é um “conjunto de pessoas, em geral ligadas por laços de parentesco, que vivem sob o mesmo teto”. Já o Dicionário Houaiss define família como “núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária”. Apesar disso, muitos ainda não reconhecem que uma união homoafetiva pode formar, de fato, uma família. 


Antes mesmo de poderem formar famílias, os homossexuais mais maduros nasceram numa época em que a aceitação e o respeito da sociedade não estavam tão difundidos e promovidos como agora. Mesmo assim, ao realizar a pesquisa de fontes para escrever este trabalho, encontrei problemas. Muitos não quiseram participar ao saber que seria uma entrevista gravada e que seriam tiradas fotos. Alguns alegaram que era precaução em relação aos filhos, protegendo a integridade deles. Outros quiseram preservar a imagem, dizendo que não podiam se assumir publicamente ou que não eram enrustidos, mas preferiam ser discretos com a relação. É nítido que há sim famílias homoafetivas, com e sem filhos. O problema ainda está em ter uma exposição, em como o litoral norte de Santa Catarina não é tão receptivo para essas famílias.


Segundo pesquisa realizada no Instituto de Psicologia (IP) da USP, feita pela psicóloga Dea Bertram Munhoz, os casais homoafetivos que estão juntos há muitos anos, na época em que namoravam, usavam-se de disfarces e da vida dupla para conviverem juntos. Um desses disfarces é apresentar o namorado (a) a família como amigos, disfarce usado por um dos casais entrevistados neste trabalho. Outro exemplo dado pela psicóloga que se aplica a este trabalho é como os casais se fechavam socialmente, mantendo-se fechados à família. Num caso de não aceitação ou de não haver um relacionamento, os idosos homossexuais acabam ficando sós ou voltam para o armário, pois os asilos, em sua maioria, são ligados às instituições religiosas. 


Nesta grande reportagem, fui em busca das famílias homoafetivas mais maduras que moram na região de Itajaí, mas não necessariamente são naturais do litoral. Isso deixou claro que o preconceito da sexualidade, aliado ao preconceito da velhice, faz com que essas pessoas se escondam em relações heterossexuais ou até mesmo se fechem para a sociedade. Apenas um casal é da região, mas, se mudou para São Paulo muito cedo, quando ainda eram “amigos” para os pais. Os outros estão aqui há anos e militam todos os dias para reafirmar sua existência e sua família. Aqui você encontrará casais com filhos de outro casamento heterossexual, gerados sem um pai ou até mesmo famílias de duas pessoas e seus bichinhos. A visão deles sobre o litoral norte, a aceitação, militância e envelhecimento dos LGBTs foi colocada com a maior transparência possível entre textos e vídeos.

 

Vamos conhecer essas famílias?

 

Boa leitura!

© 2019 por Michel Borba

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